quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

introversão



                                        Bico fechado
Como saber se um finlandês está afim de você? É fácil: se ele estiver olhando para o seu sapato em vez do dele. (piada do livro o poder dos quietos de Susan cain).
Não sou finlandesa. Mas muitas vezes prefiro ficar em casa lendo a ir a uma festa, fazer palavras cruzadas em vez de socializar com estranhos, assistir um filme a ficar com um monte de gente no mesmo lugar. Gente me dá alergia, assim como rodinhas de grupinhos com violões estridentes.
Introvertido é uma pessoa sensível que se sente confortável tendo a si mesmo como companhia. Preferem ambientes sossegados e gosta mais de ouvir do que de falar. De acordo com Susan, um terço da população mundial é assim. A introversão é um pouco diferente da timidez, que é o medo do julgamento social, e se define melhor pelo modo como respondemos aos estímulos, incluindo os sociais.
Introvertidos sentem-se bem com menos estímulos e são atraídos pelo mundo do pensamento e do sentimento; extrovertidos são motivados por muita atividade e pela companhia dos outros. Funcionam de forma diferente.
Ainda assim aprendemos que a introversão é defeito. Na escola e no trabalho, a extroversão tornou-se um padrão opressivo que a maioria de nós acha que deve seguir.
Já tomei advertências e broncas por ser anti-social. Dizem que devo me esforçar pra ser mais extrovertida, do contrário não seria nada na vida. Assim como muita gente, fui coagida a sair da concha.
O ideal expansivo é bobagem, ninguém deve se sentir obrigado a ser quem não é. É bom sair de casa, passear, se divertir, mais não necessariamente com alguém ou pra conhecer alguém, e é preciso de um tempo pra ficar sozinha. Não sinto a necessidade de provar o meu valor sendo sociável o tempo todo.
E acho a maior graça quando me aconselham a sair da cocha: respondo dizendo que ninguém diz isso ao molusco e boto de volta o fone de ouvido. Melhor ficar de boca fechada.

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