Lenita era uma garota especial, inteligente e
cheia de vida. No entanto, aos 22 anos, após a morte de seu pai, tornou-se uma
jovem extremamente sensível e teve sua saúde abalada. Com o intuito de
sentir-se melhor, Lenita decide ir viver no interior de São Paulo, na fazenda
do coronel Barbosa, velho que havia criado seu pai. Lá, conhece Manuel Barbosa,
o filho do coronel. Manuel era um homem já maduro e exímio conhecedor das
coisas da vida, vivia trancado no quarto com seus livros e periodicamente
partia para longas caçadas; vivera por dez anos na Europa, onde se casara com
uma francesa de quem separara-se há muito tempo. Lenita firmara uma sólida
amizade com Manuel, que, aos poucos, vai se revelando uma tórrida paixão, no
início, repelida por ambos, mas depois consolidada com fervor em nome do forte
desejo da "carne".
Lenita
desde logo revela-se uma moça dominada pelos desejos da carne, o que ela
buscava não era propriamente o amor, mas a satisfação de seus desejos sexuais.
Num episódio em que assiste a tortura que sofria um escravo, sentiu prazer ao
ver a carne açoitada com violência. “... do alto do céu no lodo da terra,
sentia-se ferida pelo aguilhão da carne, espoliar-se nas concupiscências do
cio, como uma negra boçal, como uma cabra, como um animal qualquer... era a
suprema humilhação.”
Lenita
diante da presença afetuosa do Coronel Barbosa chega a desejá-lo, e o mesmo
Coronel também se remói diante do pensamento de ter Lenita como amante, diante
do impasse, resolve viajar a negócios.
Passou a
considerar a possibilidade do namoro com o filho do Coronel Barbosa, embora a
sua figura, em princípio não correspondia ao ideal de homem que pensava pudesse
satisfazer os seus desejos. As impossibilidades do casamento, por ser Manuel um
homem que já havia contraído o matrimônio, não afligiam Lenita, visto que,
sonhava apenas com a realização dos desejos da carne, descartando a
possibilidade de uma mera amizade.
A história
caminha para um trágico desfecho a partir do momento em que Lenita, encontrando
cartas de outras mulheres guardadas por Manuel, sente-se traída e resolve
abandoná-lo; estando grávida de três meses, casa-se com outro homem. Manuel,
não suportando tamanha traição, suicida-se, o que comprova o resultado final da
batalha "mente vs carne". O suicídio de Manuel é dramático e
injetando curare nos minutos finais assiste ao desespero dos pais enquanto lhe
passam na mente os pensamentos que o levara a tal atitude, chega a querer
reverter o quadro, mas não tem como avisar os outros acerca do antídoto, pois o
veneno o paralisa completamente triunfam os prazeres da carne, no trágico
final, os desenganos da mente.
Conclusão
A Carne”. Um romance de caráter naturalista que aborda
temas como divórcio, amor livre e o novo papel da mulher na sociedade, algo que
até então era ignorado na literatura. A sua escrita e ficção não são das
melhores ou mais complexas, “A Carne” chamou atenção pelo debate que ele
iniciou na época, mostrando a mulher independente. A obra conta a história de
Lenita e Manuel que tiveram uma ardente paixão.
Comentário
O livro narra a ardente trajetória desse
romance singular, marcado por encontros e desencontro, prazer e violência
desejo sadismo. Uma história onde a carne da mulher fala mais alto, mesmo com
uma paixão radiante entre Lenita e Manuel, uma paixão que mostra uma batalha
entre mente e carne.
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